Dados do Trabalho

Título

POLIMORFISMO GENÉTICO DAS ENZIMAS CONVERSORAS DE ANGIOTENSINA ( ECA E ECA 2) EM DIFERENTES MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA COVID-19 EM PACIENTES INTERNADOS.

Introdução

 A afinidade do SARS-CoV-2 pela Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ECA2),  componente do Sistema Renina Angiotensina (SRA), é responsável pela internalização do vírus da COVID-19 e o polimorfismo dos genes da ECA e ECA 2 podem contribuir para a evolução da doença

Objetivo

Correlacionar os polimorfismos I/D da ECA e G8790A da ECA2 e a atividade destas enzimas à suscetibilidade e gravidade clínica da doença. 

Método

 408 pacientes do Hospital Alfa de Recife – PE foram estudados. A atividade da ECA foi medida por fluorimetria e a técnica de PCR em tempo real foi usada para o polimorfismo avaliando os genótipos DD, ID e II da ECA. 

Resultados

 As internações por COVID-19 foram de 71,9%, sendo 56,8% homens e faixa etária entre 40 e 59 anos. Sudorese, dispneia, tosse e febre foram os sintomas mais frequentes. No grupo positivo, tinham mais hipertensos (80.6% vs 19.4 %), diabéticos (88.2% vs 11.8 %) e obesos (87.5 vs 12.5%). A atividade da ECA permaneceu mais alta em pacientes positivos (46.5 vs 43.5 nmol/mL/min) com maior prevalência para genótipo DD, 85.6% de frequência entre negativos e positivos. Ainda avaliando os genótipos, a atividade da ECA manteve-se mais alta em pacientes apresentando genótipo DD (48.50 nmol/mL/min) e maior frequência dos genótipos ID seguido de DD em pacientes hipertensos.

Conclusão

 A interação de fatores genéticos e fatores de risco podem levar a diferentes sintomatologias durante a COVID-19. A literatura indica que o polimorfismo da ECA pode contribuir para o desenvolvimento da hipertensão, sendo o genótipo DD o perfil de suscetibilidade ao desenvolvimento de complicações cardiovasculares podendo aumentar a quantidade de Angiotensina I convertida em Angiotensina II pela ECA aumentando os efeitos hipertensivos em relação aos efeitos anti-hipertensivos da angiotensina 1-7. O grupo positivo apresentou mais casos de hipertensos, diabéticos e obesos, bem como maior frequência do genótipo DD, relacionado na literatura ao aumento da pressão arterial com maior atividade da ECA. Sugere-se, a partir dos resultados encontrados, uma correlação entre polimorfismo da ECA e fatores que podem agravar a COVID-19.