Dados do Trabalho
Título
PERFIL CLÍNICO E PREVALÊNCIA DE APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO EM ADULTOS JOVENS NO RIO DE JANEIRO
Introdução
<p>A Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) está fortemente relacionada à hipertensão arterial e ao risco cardiovascular. Estudos que abordem a prevalência, o perfil clínico e métodos de rastreio específicos para populações jovens são escassos, mas essenciais para intervenções precoces que possam reduzir o risco cardiovascular.</p>
<p> </p>
Objetivo
<p>Avaliar a prevalência e o perfil clínico de AOS, identificando o melhor método de rastreio em uma população jovem atendida por uma Unidade de Estratégia Saúde da Família no Rio de Janeiro.</p>
Método
<p>Estudo populacional transversal com adultos entre 20 e 65 anos registrados na ESF/Lapa, aprovado pelo CEP da instituição. Características sociodemográficas, antropométricas e fatores de risco cardiovascular foram coletados. A pressão arterial foi obtida pela média de duas aferições. O risco de AOS foi avaliado pelos questionários STOP-BANG (SB) e a Escala de Sonolência de Epworth (ESE). Todos os pacientes realizaram polissonografia domiciliar (ApneaLink Air – Resmed).</p>
Resultados
<p>Participaram 67 indivíduos [38,9% homens; idade média de 38,9 ± 8,8 anos], sendo 35 sem AOS, 20 com AOS leve, 9 com AOS moderada e 3 com AOS grave. A prevalência de AOS moderada/grave foi de 18%. Indivíduos com AOS moderada/grave eram mais velhos, obesos, com maior circunferência cervical e prevalência de dislipidemia e frequência cardíaca elevada. Também apresentavam níveis pressóricos e prevalência de diabetes mellitus mais altos, porém sem significância estatística. A prevalência de alto risco para AOS pelo SB, ESE e ambos os questionários foi de 55,2%, 44,8% e 19,4%, respectivamente. No SB, 30% dos indivíduos de alto risco tiveram AOS moderada/grave confirmada, enquanto 97% dos de baixo risco tiveram a exclusão da AOS. A acurácia do SB foi de 60%, com coeficiente kappa de 0,245. Sensibilidade, especificidade, VPP e VPN do SB para AOS moderada/grave foram 92%, 53%, 36% e 97%, respectivamente. Para o ESE, 13% dos de alto risco tiveram AOS moderada/grave confirmada, enquanto 78% dos de baixo risco tiveram a exclusão da AOS. A acurácia do ESE foi de 49%, com coeficiente kappa negativo de 0,008. Sensibilidade, especificidade, VPP e VPN do ESE foram 33%, 53%, 13% e 78%, respectivamente.</p>
Conclusão
<p>A prevalência de AOS moderada/grave foi esperada para essa faixa etária e foi mais associada a um perfil metabólico adverso do que à hipertensão arterial. O questionário STOP-BANG parece ser o melhor método de rastreio para esta população.</p>
Área
Hipertensão Arterial
Categoria
Pesquisa Clínica
Autores
GABRIEL PEDROSA DE CARVALHO SPINOLA VIANNA, Victória Enne Magalhães, João Pedro Soares Silveira, Camila Moura Silva, Isabella Patrícia Lima Vargas , Thiago Ravache Sobreira Leite, Suelen Reiniack, Jingying Elena Chen, Elizabeth Silaid Muxfeldt, Ana Cristina Tenório da Costa Fernandes