Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA DE SINTOMAS DE DEPRESSÃO E SUA ASSOCIAÇÃO COM RISCO CARDIOVASCULAR EM ADULTOS JOVENS RESIDENTES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA - ESTUDO LAPARC

Introdução

A Depressão é um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (2017), estima-se que 4,4% da população mundial apresente depressão. No Brasil, a prevalência é em torno de 15,5% e na rede de atenção primária à saúde é de 10,4%. Em 2022, a American Heart Association’s, reconheceu que a depressão pode afetar negativamente o estilo de vida, levando a comportamentos e fatores de risco cardiovascular.  

Objetivo

Analisar a relação dos sintomas de depressão com fatores de risco cardiovascular em adultos jovens residentes na atenção primária – Estudo LapARC.  

Método

Estudo transversal populacional que incluiu adultos jovens entre 20 e 50 anos residentes na área de abrangência de uma unidade da Estratégia Saúde da Família no centro do município do Rio de Janeiro, que aceitaram participar da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os critérios de exclusão são, gestantes e pacientes com patologias graves que envolvam risco de vida, indivíduos com déficit cognitivo e/ou deficiência física que impeçam sua participação na pesquisa. Foram registrados os dados sociodemográficos, fatores de risco cardiovascular (CV), aferição da PA e instrumento Pacient Health Questionnarie-9 (PHQ-9) para avaliação de sintomas de depressão.

Resultados

Dos 145 participantes incluídos (65% mulheres, idade média 38,0 ± 8,6 anos), 27,6% da amostra representa pretos e pardos, 19,3% possuíam baixa escolaridade, enquanto 26 (17,9%) não estão empregados, com destaque para as mulheres (24,5% vs 5,9%). Os fatores de risco mais prevalentes foram sedentarismo (49,7%), obesidade (29,0%), dislipidemia (23,4%) e hipertensão (19,3%). As mulheres apresentaram uma pontuação significativamente maior do que os homens. Observamos que a prevalência de sintomas de depressão moderada foi de 20,7% com predomínio entre as mulheres 24,5% vs 13,7%, p=0,036. Quando associado, os sintomas de depressão moderada/severa esteve presente em 40,7% dos indivíduos, também com predomínio entre as mulheres 45,7%. Indivíduos com depressão moderada/grave são mais sedentários (59,3% vs 43,0%) e hipertensos (28,8% vs 12,8%). Na regressão logística multivariada a hipertensão arterial triplicou o risco de depressão moderada/grave.  

Conclusão

Os sintomas de depressão estão mais presentes entre as mulheres e se associaram independentemente com a hipertensão arterial.  

Área

Hipertensão Arterial

Categoria

Pesquisa Clínica

Autores

Samuel Bueno Cruz Pedroza De Melo, Victória Fidalgo De Souza, Deisianny Dos Santos Ferreira, Sara Dos Santos Lima, Maria Beatriz Light, Júlia Chaves Antunes Reis, Elizabeth Silaid Muxfeldt, Luis Eduardo Liscano Martins, Maria Eduarda De Oliveira Abritta Monteiro, Daniela Fiuza Gomes Monteiro