Dados do Trabalho


Título

Estudo multicêntrico de avaliação do perfil de risco cardiovascular em uma população de adultos jovens residentes na área de abrangência de uma unidade de atenção primária

Introdução

As doenças cardiovasculares (CV) são a primeira causa de mortalidade no Brasil e no mundo, sendo um problema de saúde pública. A detecção precoce na população jovem, é imperativa para a redução da morbimortalidade cardiovascular e os fatores de risco CV centrais são: alteração do perfil metabólico e hipertensão arterial sistêmica (HAS).

Objetivo

Avaliar o perfil de risco cardiovascular em adultos jovens de 20 a 50 anos em uma unidade de atenção primária, identificando fatores de risco como alterações metabólicas, hipertensão e a influência de condições regionais, para ajudar na formulação de políticas públicas visando a redução da morbimortalidade cardiovascular nessa população

Método

Estudo multicêntrico, transversal, populacional que tem como finalidade avaliar o perfil de risco cardiovascular de uma população adulta entre 20 e 50 anos residente na área de abrangência de uma unidade de atenção primária. Sendo possível ampliar a visão do risco CV na população brasileira, com avaliação comparativa capaz de determinar a influência de condições ambientais, culturais e estruturais de cada região. São coletados os dados antroprométricos, sócio-demográficos, a pressão arterial de consultório, além da Monitorização Residencial da Pressão Arterial, ECG, exames laboratoriais, questionários para Apnéia do sono e para ansiedade e depressão.

Resultados

Foram avaliados, 322 indivíduos, 161 do centro do Cittá América e 161 do centro de Santarém. No Cittá, 125 (77,6%) são mulheres, com idade média de 31,8 ± 4,3 anos, e em Santarém 131 (81,3%) são mulheres e com idade média de 39,6 ± 7,9 anos. Pretos e pardos são 64% da amostra no Cittá e 90,7% em Santarém; 22 indivíduos (15,2%) têm baixa escolaridade no Cittá e 44 (27,3%) em Santarém. Dentre os fatores de risco CV mais prevalentes, sedentarismo se destaca no Cittá e dislipidemia, circunferência abdominal aumentada, hipertensão arterial e sedentarismo se sobressaem em Santarém. Já 40,8% e 29,4% da população no Cittá foi identificada com ansiedade e depressão moderadas/severas, respectivamente, enquanto 51,6% e 57,8% identificados no estudo de Santarém. Em relação risco para desenvolver AOS, o centro de Santarém demonstrou que 54,7% dos indivíduos obtiveram alto risco em pelo menos um questionário (STOP-BANG ou Escala de Epworth).

Conclusão

O risco cardiovascular dessa população adulta jovem, aparentemente saudável, é bastante elevado e associado com determinantes sociais de saúde, apontando para a necessidade de políticas públicas voltadas para essa faixa etária. 

Área

Hipertensão Arterial

Categoria

Pesquisa Clínica

Autores

Pedro Paulo Castellões de Rezende, Luana Moreira Senra Guimarães, João Felipe Assad Duarte, João Oliveira Góes Neno, Isabel Rippel Hammes, Luíza Lima Ilydio dos Santos, Beatriz Gaspar Lontro Vogel, Laura Rodrigues Ribeiro, Ana Cristina Tenório da Costa Fernandes, Elizabeth Silaid Muxfeldt