Dados do Trabalho

Título

ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO ANTI-HIPERTENSIVO: COMPARAÇÃO ENTRE OS MÉTODOS DIRETO E INDIRETO

Introdução

<p>Avaliar a adesão medicamentosa anti-hipertensiva é um grande desafio.&nbsp;</p>

Objetivo

<p>Comparar a adesão ao tratamento medicamentoso anti-hipertensivo entre os métodos direto e indireto.</p>

Método

<p>Estudo transversal com 253 pessoas hipertensas atendidas na unidade de hipertensão de um hospital de ensino terciário da cidade de São Paulo, SP. Os critérios de inclusão foram: ≥18 anos e em uso de medicamento anti-hipertensivo, e excluídos hipertensão secundária, doença renal crônica em fase terminal e gestantes. Foram obtidos por entrevista dados biossociais, hábitos e estilos de vida; comorbidades; medicamentos; avaliação antropométrica e da adesão ao tratamento de maneira indireta pela Escala de Adesão Terapêutica de 4 Itens de Morisky. A adesão direta foi avaliada na urina, com técnica de cromatografia líquida de alta eficiência associada à espectrometria de massa. A medida da pressão arterial (PA) de consultório foi realizada com aparelho automático validado. O controle da PA foi para valores &lt;140 mmHg na pressão sistólica e &lt;90 mmHg na pressão diastólica. O nível de significância foi de 5%. O estudo foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa.</p>

Resultados

<p>A prevalência de adesão pelos métodos direto foi 32,4% e indireto 90,1%. A maioria era de mulheres (61,7%), etnia branca (63,2%) e casados (52,8%); 65 (13,3) anos; 47,0% no estrato socioeconômico C2; 44,3% com ensino médio completo e renda mensal de R$2.302,00 (R$1.781,00); 7,5% tabagistas, 40,3% uso de bebida alcoólica e 38,3% sedentários. O índice de massa corporal foi 29,5 (5,3) Kg/m2 e 81,4% com sobrepeso/obesidade. A prevalência de controle foi de 69,2%. As variáveis que se associaram à não adesão avaliada pelo método direto foram: atividade física (OR=0,370;IC95%=0,158–0,853), proteinúria (OR=2,406;IC95%=1,066–5,751), número de anti-hipertensivos (OR=1,570; IC95%=1,127–2,225), e pressão sistólica (OR=1,051; IC95%=1,010–1,097); e pelo método indireto apenas com transtornos mentais comuns (OR=1,163; IC95%=1,035–1,307). Os métodos direto e indireto de adesão apresentaram concordância mínima entre si (CCK=0,014); apenas 29,6% dos participantes eram aderentes pelos dois métodos; sensibilidade de 91,5%; especificidade 10,5%; valor preditivo positivo 32,9%; e valor preditivo negativo 72,0%.</p>

Conclusão

<p>A prevalência de adesão pelo método direto foi bastante inferior comparada pelo método indireto e o método direto parece ter sido mais sensível para identificar variáveis associadas à não adesão.</p>