Dados do Trabalho

Título

CORRELAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE ATIVIDADE FÍSICA HABITUAL E MODULAÇÃO AUTONÔMICA CARDÍACA DE PACIENTES EM HEMODIÁLISE DE UM CENTRO CLÍNICO PARTICULAR: RESULTADOS PRELIMINARES

Introdução

Pacientes acometidos pela doença renal crônica apresentam prejuízo de seu balanço autonômico evidente, mediante a isso, doenças cardiovasculares se encontram como a principal causa de mortalidade nestes indivíduos. Adicionalmente a isso, a população no último estágio da doença da qual realiza tratamento de hemodiálise (HD) registra níveis substancialmente reduzidos de atividade física (AF) comparado a indivíduos saudáveis, fator esse agravante ao quadro de reduzido balanço autonômico.

Objetivo

Correlacionar índices de variabilidade da frequência cardíaca (VFC) com indicadores de nível de AF em pacientes de um centro de HD particular.

Método

Pacientes de um centro privado de HD foram incluídos, seu nível de AF habitual foi avaliado por acelerômetro (Actigraph GT3X) durante sete dias, sendo utilizados os METs obtidos bem como o tempo total sob atividade física para fins de análise. O Polar de modelo H10 foi utilizado para captação dos dados de VFC filtrando-se 256 intervalos RR no software Kubios HRV do trecho mais estável. O mean RR, SDNN, rMSSD, LF e HF foram os índices investigados. A normalidade dos dados foi avaliada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov, idade, tempo em AF, MET/hora e mean RR tiveram distribuição normal, contudo, os demais índices foram não normais, mediante a isso correlação bivariada de Spearman foi utilizada nas análises. Os índices de AF foram classificados como variável independente e os índices de VFC como dependentes, e o nível de significância de 5% foi adotado.

Resultados

24 pacientes (59,42 ± 15,42 anos) foram avaliados, apresentaram em média um período de 493,66 ± 129,53 minutos/dia em AF, estando em média 15,7 horas/dia em comportamento sedentário e/ou dormindo, ou seja, 65,4% do tempo. O tempo em AF não demonstrou correlação significativa com nenhum dos índices de VFC bem como coeficiente de correlação muito fraco e/ou nulo. Porém, o MET/hora se mostrou moderadamente correlacionado com o mean RR (ρ= 0,454; p<0,026), sugerindo que quanto maior o dispêndio energético por hora dos pacientes maior seria seu intervalo RR médio, importante índice relacionado ao prejuízo autonômico. Todavia, o MET/hora não se correlacionou significativamente com quaisquer outros índices.

Conclusão

Os pacientes avaliados evidenciaram baixos níveis de atividade física habitual em média, contudo, pacientes que realizavam AF com maior grau de intensidade demonstraram moderada correlação com o incremento do índice mean RR, importante marcador de prejuízo autonômico e preditor de mortalidade.