Dados do Trabalho


Título

A associação entre menores pressões diastólicas com desfechos clínicos poderia ser explicada pela maior pressão de pulso.

Introdução

<p>A hipertensão arterial é uma condição clínica de alta prevalência, baixas taxas de controle e associada a significativo impacto prognóstico. Mais da metade das mortes em portadores de doença renal crônica (DRC) são atribuídas à doença cardiovascular&nbsp;(CV) e existem evidências inequívocas para o benefício do controle farmacológico da pressão arterial (PA) e seus componentes na redução da morbidade e mortalidade nessa população. A monitorização ambulatorial da PA (MAPA) tem se mostrado superior à PA de consultório ao definir prognóstico e dentro deste contexto, a pressão de pulso (PP) ambulatorial demonstrou ser marcador para incremento da rigidez arterial. Portanto, um dos objetivos deste estudo é esclarecer a influência relativa da PAD (PA diastólica) e da PP na predição dos eventos CV utilizando medidas da MAPA. Tendo em vista que existe a possibilidade de que a associação entre menores níveis de PAD e elevação do risco de morte poderia ser explicada pela maior PP, que estudos que abordaram esse tema utilizando a PA ambulatorial são escassos, podemos formular a hipótese de que o excesso de mortalidade observado nos menores níveis de PAD constituem uma associação espúria causada pela maior PP.&nbsp;</p>

<p>&nbsp;</p>

Objetivo

<p>Verificar se a associação entre menores pressões diastólicas com desfechos clínícos poderia ser explicada pela maior pressão de pulso.</p>

Método

<p>Estudo longitudinal, observacional e retrospectivo, com seguimento até janeiro de 2020 envolvendo a análise de exames de MAPA no período de janeiro de 2004 a fevereiro de 2012. Os dados foram analisados mediante a regressão de Cox. A&nbsp; PP, bem como a PAD foram estratificadas de acordo com quintis. O desfecho primário constituiu-se de óbito por todas as causas e o secundário o óbito por DCV. Em todas as análises foi considerado estatisticamente significante o nível de p &lt; 0,05.&nbsp;</p>

<p>&nbsp;</p>

Resultados

<p>Foram registrados 102 eventos fatais entre os 756 pacientes incluídos, sendo 30 (29,4%) de natureza cardiovascular. Dentre os óbitos de natureza não cardiovascular, vale ressaltar a sepse e as neoplasias. Houve associação entre menor PAD e maior mortalidade geral, independente da PP, apenas para a mortalidade por todas as causas (gráfico 1). Não houve associação entre PAD e mortalidade CV.&nbsp;</p>

<p><img alt="" src="https://sfo3.digitaloceanspaces.com/iweventos/imagens/sd/2024-06/SBH%20tese.png" style="width: 800px; height: 784px;" /></p>

Conclusão

<p>A maior PP não explica a associação entre menor&nbsp;PAD com desfechos clínicos fatais. Os achados sugerem que a PAD baixa pode ser considerada um epifenômeno coexistente com uma saúde debilitada ou doenças crônicas, as quais&nbsp;serias as&nbsp;verdadeiras&nbsp;causas&nbsp;do aumento da mortalidade.</p>

Área

Hipertensão Arterial

Categoria

Estudos Epidemiológicos

Autores

Caio Tavares Silva, Lívia Beatriz Santos Limonta, Silméia Garcia Zanati Bazan, Luis Cuadrado Martin