Dados do Trabalho


Título

CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL E ADESÃO AO TRATAMENTO EM PESSOAS HIPERTENSAS ATENDIDAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DA CIDADE DE MANAUS, AM, BRASIL.

Introdução

Introdução: A hipertensão arterial é a principal causa de morte evitável e fator de risco para doenças cardiovasculares. O controle insatisfatório da pressão arterial (PA) relaciona-se à adesão inadequada ao tratamento anti-hipertensivo e na região norte do país há escassez sobre essas informações. 

Objetivo

Objetivo: Avaliar o controle da PA e a adesão ao tratamento medicamentoso anti-hipertensivo em hipertensos da atenção primária.

Método

Métodos: Estudo transversal com 412 hipertensos das Unidades Básicas de Saúde de Manaus, AM. Foram avaliadas características: sociodemográfica, antropométrica, psicoemocional, hábitos, situação clínica, perfil lipídico, glicemia; e os desfechos adesão ao tratamento medicamentoso (Escala de Morisky Quatro Itens) e controle da PA (< 140/90 mmHg). Estudo autorizado por comitê de ética (CAAE 52879921.0.0000.5392). Realizou-se análises descritiva, associações bivariadas e regressão logística com nível de significância p<0,05.

Resultados

Resultados: O controle da PA foi 49,76% e adesão 18,45%. A amostra foi de mulheres (70,87%), 59,19 (10,08) anos, 83,50% parda/preta, 54,37% com companheiro(a), 32,52% aposentados, 54,85% classificação socioeconômica C1/C2, 84,95% sobrepeso/obesidade, glicemia 131,18 (55,59) mg/dL, triglicérides 172,37 (118,28) mg/dL, 63,35% sedentários/irregularmente ativos, 75,24% utilizavam gordura, 56,07% usavam açúcar, 36,41% apresentaram transtorno mental comum, 9,68 (8,32) anos de diagnóstico de hipertensão e média de 3,04 (1,49) medicamentos em uso. Na análise multivariada houve associação do não controle da PA com: colesterol (OR=1,006;IC=1,001-1,012), tempo de diagnóstico (OR=1,040; IC=1,013-1,070) e deixar de tomar medicamento (OR=2,173;IC=1,294-3,698); e para a não adesão foram: residir na área 2 (Sul/Oeste) (OR=0,494;IC=0,256-0,932), idade (OR=0,962;IC=0,926-0,998), dependentes da renda (OR=0,783; IC=0,654-0,937), transtorno mental comum (OR=1,099;IC=1,014-1,195), uso de açúcar (OR=2,508;IC=1,351-4,757) e deixar de tomar medicamento (OR=6,296;IC=2,313-22,364).

Conclusão

Conclusão: Apenas cerca da metade dos hipertensos estava com a PA controlada e a adesão ao tratamento medicamentoso anti-hipertensivo foi expressivamente menor. Os desfechos foram influenciados por variáveis biopsicossociais, relacionadas ao tratamento e doença, hábitos, colesterol e moradia. Embora o contexto de atenção primária, as características identificadas preocupam, reafirmando a hipertensão como problema de saúde pública que necessita de ações mais efetivas.

Área

Hipertensão Arterial

Autores

ANA KATLEY MARTINS GUALBERTO VASZ, ANGELA MARIA GERALDO PIERIN