Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE METABOLÔMICA DE SOBREVIVENTES TARDIOS DE CÂNCER DE MAMA TRATADAS COM TRASTUZUMABE E DOXORRUBICINA MOSTROU ALTERAÇÕES METABÓLICAS RELACIONADAS AO TRATAMENTO E FUNÇÃO CARDÍACA.

Introdução

A metabolômica tem se mostrado uma valiosa ferramenta para compreender as alterações metabólicas causadas por doenças e seus tratamentos. Estudo prévio mostrou, pela primeira vez, que pacientes sobreviventes de câncer de mama, após 8 anos de seu tratamento com trastuzumabe e doxorrubicina, apresentam hiperativação neural simpática, disfunção vascular associada ao aumento de espécies reativas de oxigênio, redução na biodisponibilidade de óxido nítrico e reduzida capacidade de exercício, podendo explicar o aumento de risco cardiovascular nessas pacientes.

Objetivo

Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar, através da metabolômica, quais seriam as alterações metabólicas nessas pacientes e relacionar com os achados prévios do estudo.

Método

O estudo avaliou o perfil metabólico plasmático de pacientes sobreviventes de câncer de mama HER2 +, 8 anos após a quimioterapia com doxorrubicina e trastuzumabe (SCM, n=12). Pacientes com condições graves pré-existentes foram excluídos. Para comparação, grupo de controle pareado por idade, sexo e IMC (CS, n=11).  A análise metabolômica foi feita utilizando cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas de alta resolução, registrando íons positivos e negativos separadamente. O software ProgenesisTM QI v2.4 permitiu a seleção e anotação de compostos, enquanto análises multivariadas por PCA e PLS-DA foram realizados com o MetaboAnalyst 5.0 e possibilitaram identificar metabólitos diferenciais.

Resultados

Foi identificada uma diferenciação metabólica significativa (PCA) no modo de ionização negativo entre os grupos. Foram destacados 28 metabólitos distintos e um heatmap ajudou a ilustrar suas diferenças de abundância. A maioria desses metabólitos são glicerofosfolipídeos. Notavelmente, observou-se um aumento no grupo SCM de substâncias como N-Docosahexaenoyl GABA ( GABA ligado ao DHA, um neurotransmissor inibitório central), FAHFA (com efeitos cardioprotetores anti-inflamatórios), PC 22:3/O 18:1 (relacionado ao estresse oxidativo) e PS28:4 (envolvido na coagulação sanguínea).    

Conclusão

O perfil metabolômico tardio de sobreviventes de câncer de mama ainda revela alterações em relação ao grupo controle. Essas alterações foram evidenciadas na abundância diferencial de 28 metabólitos, muitos já anteriormente relacionados às disfunções cardiovasculares. As alterações metabolômicas encontradas podem auxiliar na percepção e monitoramento de sinais que demonstram elevado risco cardíaco nestas mulheres. 

Área

Hipertensão Arterial

Categoria

Pesquisa Clínica

Autores

Natália Angelo da Silva Miyaguti, Álex Aparecido Rosini Silva, João Eduardo Izaias, Bruna Emy Ono, Artur Oliveira Sales, Gabrielly Mel Pinto Soares da Silva, Camila Nunes, Priscilla Secioso Pentagna, Allan Robson Kluser Sales, Andreia de Melo Porcari