Dados do Trabalho

Título

RESPOSTAS NEUROVASCULARES E HEMODINÂMICAS DURANTE ESTRESSE MENTAL EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA QUE RECEBERAM QUIMIOTERAPIA NEOADJUVANTE BASEADA EM DOXORRUBICINA

Introdução

Nosso grupo mostrou que uma única sessão de quimioterapia adjuvante baseada em doxorrubicina aumenta a atividade neural simpática periférica, reduz o fluxo sanguíneo muscular, aumenta vesículas extracelulares de origem endotelial e eleva a pressão arterial (PA) em pacientes com câncer de mama (CAM). Contudo, o impacto do tratamento com quimioterapia (4 ciclos) baseado em doxorrubicina nas respostas neurovasculares e hemodinâmicas em repouso e durante desafio mental agudo são completamente desconhecidas  

Objetivo

Investigar as respostas fisiológicas em pacientes CAM que receberam doxorrubicina, com foco na atividade nervosa simpática muscular (ANSM), fluxo sanguíneo da artéria braquial (FSAB), frequência cardíaca (FC) e PA. O objetivo é analisar como essas respostas são modificadas em repouso e durante um teste de estresse mental, visando a compreensão mais profunda dos efeitos da doxorrubicina nessas variáveis  

Método

Nós avaliamos o controle neurovascular e hemodinâmico em repouso e durante estresse mental agudo em pacientes com CAM (n= 6, Idade: 54±3 anos, IMC: 31±3 Kg/m2) e indivíduos controles (Idade: 52±2 anos e IMC: 29±3 Kg/m2) bem pareados. Fração de ejeção do ventrículo esquerdo e global longitudinal strain (FEVE e GLS, Ecocardiografia), ANSM (Microneurografia), FSAB e condutância vascular (CV, Ultrassom), FC (Eletrocardiograma) e pressão arterial sistólica e diastólica (PAS, PAD-Fotopletismografia infravermelha digital) avaliados em repouso e durante um teste de estresse mental. O protocolo de estresse mental consiste: 3 minutos de repouso, 3 minutos de estresse mental e 3 minutos de recuperação

Resultados

Pacientes com CAM não apresentaram diferenças para GLS e FEVE em comparação aos controles (p>0.05). Em repouso a ANSM e a PAS foram maiores no grupo CAM do que no grupo controle (p<0,05 para ambos), mas o FSAB, CV, FC e PAD foram semelhantes (p>0.05). Durante o estresse mental a ANSM aumentou relativo ao repouso em ambos os grupos, contudo este aumento foi maior no grupo CAM do que no grupo controle (p<0,05). Interessantemente, FSAB não aumentou no grupo CAM, mas aumentou no grupo controle (p=0,03). CV, FC e PAD aumentaram de forma semelhante em ambos os grupos

Conclusão

Nossos achados revelam que pacientes com CAM apresentam uma hiperativação neural simpática em repouso e esta exacerbação simpática é amplificada durante um desafio mental agudo. Contudo, as respostas de FSAB e pressórica estão preservadas tanto repouso quanto durante o estresse mental nessa população de pacientes