Dados do Trabalho

Título

AVALIAÇÃO DOS DISPOSITIVOS AUTOMÁTICOS DE PRESSÃO ARTERIAL EM CONFORMIDADE COM O PADRÃO UNIVERSAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE ESTUDOS DE VALIDAÇÃO

Introdução

A medida da pressão arterial utilizando um dispositivo automatizado validado é vital para o diagnóstico e gerenciamento da hipertensão arterial, considerado um sério problema de saúde pública mundial. Para uma medida confiável, é necessário o uso de dispositivos validados. Um marco histórico na trajetória dos estudos de validação de dispositivos de medida da pressão arterial foi a criação do Padrão Universal, que substituiu os protocolos anteriores e contém critérios de confiabilidade rigorosos. Além disso, a Organização Mundial de Saúde preconiza o uso exclusivo de dispositivos validados pelo Padrão Universal a partir de 2024.

Objetivo

Analisar quais dispositivos oscilométricos de pressão arterial validados na população geral, utilizando protocolos anteriores, podem ser considerados aprovados de acordo com os critérios do Padrão Universal.

Método

Trata-se de uma revisão sistemática de estudos de validação, conduzida conforme orientações do manual da Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Diagnostic Test Accuracy e o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyse, em busca de artigos publicados até setembro de 2023. As pesquisas foram realizadas nas bases de dados MEDLINE (via PubMed e PMC), Web of Science, Scopus, EMBASE, CINAHL, The Cochrane Library, BVS, ProQuest e páginas da internet da MEDAVAL e STRIDE BP. Por se tratar de uma análise descritiva dos estudos de validação, não foram realizados testes estatísticos. Não houve necessidade de apreciação do comitê de ética.

Resultados

Após analisar 7.535 estudos por dois revisores independentes, 32 estudos atenderam aos critérios de elegibilidade, relatando a validação de 32 dispositivos de braço. Os protocolos mais utilizados foram da British Hypertension Society 1993 (68%), seguido pelo protocolo Association for the Advancement of Medical Instrumentation 2013 (40%). Dezessete dispositivos de braço passaram nos critérios 1 e 2 do Padrão Universal. Poucos estudos trouxeram detalhes sobre a escolha dos manguitos, indicação, número de participantes por circunferência braquial e diferenças entre os métodos por subgrupo de manguitos.

Conclusão

Apesar das diferenças consideráveis entre os protocolos de validação, concluiu-se que 53% dos dispositivos foram aprovados pelos crit érios do Padrão Universal, com algumas ressalvas. A lista de dispositivos indicados neste estudo contribui para promover o uso exclusivo de dispositivos validados e ampliar o número de dispositivos de automedida validados pelo Padrão Universal até o momento.