Dados do Trabalho


Título

Perfil de risco e fatores relacionados aos desfechos cardiovasculares e a sobrevida de hipertensos atendidos nos serviços de atenção básica

Introdução

A hipertensão arterail sistêmica (HAS) ainda  é o principal fator de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares (DCV), que são a primeira causa de morte no Brasil e no mundo. Outros fatores também influenciam diretamente no desenvolvimento das DCV, como a dislipidemia, obesidade, tabagismo, diabetes e história familiar de DCV prematura; fatores que, associados à HAS, elevam o risco cardiovascular (RCV) (MALACHIAS et al., 2016). Diretrizes nacionais e internacionais recomendam a estratificação de risco dos hipertensos, afim de auxiliar no cuidado em saúde segundo evidências científicas. Os serviços de atenção básica representam o principal locus de enfrentamento das HAS no âmbito dos sistema único de saúde (SUS) (ALMEIDA et al., 2018)

Objetivo

Analisar o risco cardiovascular, fatores associados aos desfechos cardiovasculares e fatores que possibilitam a maior sobrevida de hipertensos atendidos nos serviços de atenção básica.

Método

Estudo de coorte, restrospectivo, analítico e de base populacional, desenvolvido em unidades básicas de saúde do município de Guarapuava-PR. Foram coletadas informações sociodemográficas, variáveis clínicas relacionadas ao perfil de RCV, relacionadas ao atendimento nos serviços de atenção básica . Foi realizada a estratificação de RCV pelo ERG. Três anos após, foi realizada nova busca de prontuários afim de identificar desfechos cardiovasculares. Foi realizada análise múltipla por meio de modelos de regressão logística e análise de sobrevida.

Resultados

Foram avaliados 382 hipertensos, segundo o cálculo amostral. A análise do RCV demonstrou que 77,5% dos hipertensos aprsentavam alto RCV, mas não foi o perfil de risco que guiou os atendimentos, pois mais de 80% dos pacientes não tinham o risco estratificado. A população estudada foi majoritariamente feminina demonstrando que o sexo masculino, que faz parte do grupo de risco não está sendo atendido pela APS. Foi alta a prevalência de hipertensos com lesão em órgão alvo (LOA) não identificada. A análise multivariada evidenciou que o maior RCV foi associado ao sexo masculino  e a união não estável. A ocorreência de desfecho CV em 3 anos foi de 12,6% e foi associado à DCV prévia. Ter alguma religião ou crença, ser assistido por um programa social e praticar atividade física aumentam a sobrevida dos hipertensos.

Conclusão

O hipertenso atendido na atenção básica apresenta perfil clínico e social complexo, pouco reconhecido e requer atenção qualificada para que o manejo da HAS no Brasil seja de fato alcançado. 

Área

Hipertensão Arterial

Categoria

Estudos Epidemiológicos

Autores

Carine Teles Sangaleti, Stefany Nizer Alves, Carin Caroline Dzembatyi, Evelise B Gullo, Maicon Henrique Lentsck, Joelson Santos Brügge, Fernanda Marciano Consolim Colombo