Dados do Trabalho


Título

EFEITOS DO TREINAMENTO FUNCIONAL NA PRESSÃO ARTERIAL AMBULATORIAL E APTIDÃO FÍSICA DE IDOSOS HIPERTENSOS RESISTENTES: UM ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO

Introdução

O envelhecimento provoca alterações fisiológicas que impactam negativamente no estado funcional e podem levar ao surgimento de doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial. Entre os idosos, de 10 a 20% são considerados hipertensos resistentes. Assim, o exercício físico é recomendado para controlar a pressão arterial e preservar o estado funcional. 

Objetivo

Avaliar o efeito do Treinamento Funcional (TF) na pressão arterial ambulatorial e aptidão física de pessoas idosas hipertensas resistentes.

Método

Trata-se de um ensaio clínico randomizado, realizado com 15 idosos hipertensos resistentes da cidade de Juazeiro do Norte-CE. A amostra foi dividida em dois grupos: grupo controle (GC), n=7, que não realizou treinamento físico; grupo experimental (GE), n=8, que realizou uma intervenção de TF durante 24 sessões. Foram analisados antes e após um programa de TF a pressão arterial ambulatorial, através da MAPA de 24 horas, a aptidão física, por meio do Senior Fitness Test. Para comparação dos grupos foi realizada ANOVA de dois fatores, adotando um alfa de 0,05, seguido de Post-hoc de Bonferroni. Para verificar o tamanho do efeito utilizou-se o Partial Eta Squared. 

Resultados

A média de idade dos participantes foi de 70,1±6,3 anos. O GC não apresentou mudança na pressão ambulatorial (mmHg) sistólica na média de 24h (pré: 133±16 vs. pós: 135±15), nos períodos diurno (pré: 135±17 vs. pós: 137±15) e noturno (pré: 131±17 vs. pós: 142±12). O TF promoveu redução significativa na pressão ambulatorial sistólica na média de 24h (pré: 133±16 vs. pós: 122±7,5; p=0,003),  no período diurno (pré: 131±9 vs. pós: 122±7; p=0,004) e noturno (pré: 133±15 vs. pós: 121±8; p=0,024). Além disso, o TF promoveu aumento do índice de aptidão física, aumentando a força/resistência de membros inferiores (pré: 10±3 vs. pós: 14±2,9; p= 0,002) e superiores (pré: 12,8±2,9 vs. pós: 22,1±6,8; p= 0,001), mobilidade física (pré: 6,9±1,1 vs. pós: 6,1±1,5; p=0,003), e resistência aeróbica (pré: 389±62 vs. pós 509±115; p=0,001). Tais alterações não foram observadas no GC (força/resistência de membros inferiores – pré: 7,8±2,3 vs. pós: 7±1,5; força/resistência de membros superiores – pré: 13±4,4 vs. pós: 12±4,1; mobilidade física – pré: 10,2±3,2 vs. pós: 12,5±5; resistência aeróbica - pré: 327±78 vs. pós: 309±82).

Conclusão

O TF promove diminuição da pressão arterial sistólica e aumento da aptidão física de idosos hipertensos resistentes. 

Área

Hipertensão Arterial

Autores

Jenifer Kelly Pinheiro, Bárbara Raquel Souza Santos, Ana Luiza Resende Setton, Ozanar dos Santos Monteiro, Dayana Gabrielle Góes Lôbo Soares, Taynan de Jesus Santos, Wellsa Teixeira Matias, Maria Gilmara Santos de Souza, Rogério Brandão Wichi