Dados do Trabalho

Título

USO DO TELEMONITORAMENTO PARA ANÁLISE DA DOR CRÔNICA AUTORRELATADA E FATORES RELACIONADOS EM HIPERTENSOS RESISTENTES: ESTUDO LONGITUDINAL

Introdução

A dor crônica tem sido relatada por aproximadamente 45% da população brasileira (AGUIAR DP et al, 2021) e ainda quando na presença da Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), alcança cerca de 18,5% da população economicamente ativa.   

Objetivo

Analisar a associação da dor crônica autorrelatada e fatores relacionados de hipertensos resistentes em um período de 12 meses.   

Método

Estudo longitudinal, com aprovação ética,  realizado com uma amostra aleatória de 40 hipertensos resistentes, dentre 180 usuários do Sistema único de Saúde (SUS), sob atendimento ambulatorial especializado de um hospital universitário fluminense, no período de janeiro a março de 2022 e de 2023. A coleta de dados deu-se por contato telefônico, utilizando-se o Questionário de Dor de McGill, e pela busca em prontuário clínico de dados para o perfil de saúde.  Na análise estatística, utilizou-se frequências absolutas e percentuais (variáveis qualitativas) e por meio de medidas como média, desvio-padrão, mediana, quartis, mínimo e máximo (variáveis quantitativas). As comparações entre as medidas de 2022 e 2023 quanto aos escores quantitativos, foram realizadas através do teste t-Student pareado, regressão linear simples e teste de Tukey, quando de interesse. E para todas as análises, adotou-se um nível de significância de 5%.   

Resultados

A mediana de idade foi de 65 (57,5 -71) anos, com predominância do sexo feminino (87,5%), cor da pele parda autodeclarada (45,0%), com diabetes e dislipidemia (20,0%), negativa para o tabagismo (75,0%) e etilismo (87,5%), tempo de diagnóstico de HAS ≥21 anos (55,0%), com companheiro fixo (45,0%) e para o nível de escolaridade, 40% com ensino médio completo. Para a dor observou-se uma estimativa de dor “leve a severa” (61,23%), com associação significativa em diferentes domínios do Questionário de Dor McGill para sexo (p=0,02;0,01;0,05); colesterol total (p= 0,02; 0,02); tempo de diagnóstico de HAS (p=0,02) e nível de escolaridade (p=0,05), sendo feita posteriormente a comparação por Teste de Tukey desses achados significativos. Na análise longitudinal, para os domínios do questionário de dor, foi identificado respectivamente como Média (DP): 11,18 (11,27); e 4,83 (4,36);  Diferença Média (IC 95%):0,05 (-4,23; 4,13); -0,3 (-2,01 ; 1,41); e Valor-P Pareado:  0,98; 0,47; 0,12; e 0,73,  ou seja, sem significância ao longo de 12 meses.     

Conclusão

 A associação da dor crônica autorrelatada com fatores relacionados, traz contribuição para elaboração de ações terapêuticas multidisciplinares.